domingo, 26 de dezembro de 2010

Bandoleira



O horizonte é meu melhor amigo

Me moldo ao acaso

Desconstruo, dinamito

Posso até implodir o que chamo de casa

Até o que eu verdadeiramente possua me prenda

O momento é o presente perfeito

E o pretérito um referencial invisível

Sou capaz de montar e desmontar a vida como um lego

Até amar o que eu construi

E com a satisfação, simples, e realista, meu único compromisso

sábado, 25 de dezembro de 2010

Sol Nascente


Há dias no inverno escandinavo

A penosa escuridão é a alegria do sol

O seu resguardo o torna grande

O desejo ardente o faz pleno em suas proporções

Olhar no horizonte um breu

Fomenta a imaginação, de ver os primeiros raios

E que cores eles terão

Se tornará cor de rosa o céu, ou alaranjado

O coração certifica-se do que lhe importa, na angustiada espreita

E a luz surgirá respondendo a tudo

E será tão morna quanto a alma

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Amor e Cerveja



O amor é o copo pela metade

O amor é o samba de uma nota só

São luzes coloridas e a obscura imagem

É a pilha de cascos

A garrafa que vem após a saideira

O amor da voltas em torno de si mesmo

É a mesma onda

É observar todo dia a mesma pessoa indo a padaria

O amor é cíclico

A outra banda da maçã

A embriaguez vã

A não consumação eterna

Um embrião congelado

O projeto da construção de um foguete intergaláctico

O amor é reticências...

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Cacimba Eterna

Fui puxar a água da sua essência

Cai na cacimba pra nunca mais

Cacimba de fundo sem procedência

Numa refrescante eternidade meus pensamentos jaz

Da Cochia...

Um pavão que carece de atenção
Exibir as suas penas lhe apraz
A platéia aplaude mas perdi a marcação
Pois a minha atenção ele tem até demais